ACREDITAÇÃO PELO INMETRO: NÃO MAIS SÓ UM DIFERENCIAL DE COMPETITIVIDADE PARA OS LABORATÓRIOS, AGORA É UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA PARA OS MESMOS
(Novidades quentinhas diretamente do III ENOAC e do Seminário de Celebração do Dia Internacional da Acreditação 2011, promovidos pelo INMETRO, respectivamente na última 5ª e 6ª feira, dias 08 e 09)
O evento inteiramente gratuito, conforme divulguei aqui no blog, a exemplo de suas edições anteriores, foi muito bom. Quem teve oportunidade de estar lá, há de concordar comigo.
Foram abordados assuntos bem interessantes e apresentadas várias novidades nas palestras proferidas tanto na 5ª, como na 6ª feira.
Prometo postar aqui tudo de mais importante que foi falado e todas as novidades divulgadas.
Dando início à série de postagens em que estarei fazendo isso, vou abordar um assunto preocupante para aqueles laboratórios de calibração e ensaios ainda não acreditados.
A já restrita parcela do mercado desses serviços que sobra para esses laboratórios, pelo que foi falado em palestras apresentadas na 6ª feira no evento, tende a se tornar mínima, quase inexistente, reservando assim, um futuro não muito promissor para os mesmos.
Já há algum tempo, a acreditação vem funcionando como um significativo diferencial de competitividade para os laboratórios de ensaios e calibração, já que a maioria dos clientes desses serviços opta por contratar laboratórios acreditados, da RBLE ou RBC, para executá-los.
Mesmo que um laboratório não acreditado comprove de alguma outra forma, sua competência para a realização de um ensaio ou calibração e a rastreabilidade e comparabilidade de seus resultados, o cliente acaba delegando o serviço a um laboratório acreditado.
Até mesmo o reconhecimento do laboratório por uma rede metrológica estadual, que em princípio, equivaleria até certo ponto, a uma acreditação, não consegue torná-lo competitivo frente a seus concorrentes acreditados.
Os poucos clientes que ainda aceitavam que seus ensaios e calibrações fossem realizados por laboratórios sem acreditação, em grande parte, órgãos e empresas públicas, estão agora, muitos deles, não aceitando mais.
Palestras proferidas no Seminário de Comemoração do Dia Internacional da Acreditação, por representantes da ANVISA, do MAPA e da CETESB mostraram bem isso.
O palestrante da ANVISA deixou claro que todos os laboratórios habilitados pela agência para integrarem suas redes de laboratórios prestadores de serviços terão que ser acreditados pelo INMETRO, segundo a norma NBR ISO/IEC 17025 e alguns deles, além da acreditação , precisarão ter o reconhecimento também por este, da conformidade de suas atividades aos Princípios das BPL- Boas Práticas de Laboratório.
Isso vale para a rede laboratorial terceirizada que a instituição já mantém: a REBLAS- Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde, que está sendo reformulada. No site da ANVISA, nos links abaixo, podem ser vistas todas as alterações por que a REBLAS passará nessa sua reformulação, que incluem essa exigência de acreditação, segundo a 17025, de todos os laboratórios e de reconhecimento de conformidade às BPL, de alguns deles.
Também dos laboratórios que farão parte de uma outra rede de laboratórios que a ANVISA criou em novembro do ano passado e que já está sendo montada, a RELAF, na área de farmacopéia, está sendo exigida acreditação pelo INMETRO, segundo a NBR ISO/IEC 17025.
O texto completo da Resolução RDC nº 50, de 24 de novembro de 2010, através da qual foi criada a RELAF e onde estão descritos todos os detalhes do funcionamento desta nova rede de laboratórios terceirizados da ANVISA, pode ser visualizado no site da instituição, no seguinte link:
Mas não é só dos laboratórios externos que lhe prestam serviços que a ANVISA está exigindo pelo INMETRO, segundo a NBR ISO/IEC 17025. Todos os seus 27 LACENS- Laboratórios Centrais de Saúde Pública (um em cada estado da Federação e mais um, no DF) terão que se acreditar e já estão trabalhando nesse sentido.
O palestrante do MAPA informou que em uma portaria que o órgão deverá publicar, provavelmente ainda esta semana, passa também a ser exigida dos laboratórios credenciados pelo Ministério para lhe prestar serviços, a acreditação pelo INMETRO, segundo a NBR ISO/IEC 17025.
A CETESB, conforme apresentou sua representante na palestra que proferiu no evento, desde 2009, já exige acreditação do INMETRO, também segundo a NBR ISO/IEC 17025, de todos os laboratórios que realizam ensaios para a entidade e em breve, passará a exigir de alguns desses laboratórios, devido à natureza dos ensaios que realizam, também o reconhecimento pelo instituto da conformidade dos mesmos às BPL.
Sei de outros órgãos do governo e empresas públicas que também estão exigindo que os laboratórios que lhes prestam serviços sejam acreditados. Um exemplo seria a PETROBRAS, que está requerendo que todos os 17 laboratórios integrantes da rede laboratorial executante de análises para o seu centro de pesquisas, o CENPES, tenham acreditação pelo INMETRO, segundo a NBR ISO/IEC 17025.
A empresa está auxiliando tais laboratórios em sua preparação para se acreditarem, através de um projeto que vem desenvolvendo com a REDETEC-RJ, que envolve o fornecimento de consultoria e treinamento aos mesmos, com esse objetivo. No ano passado, atuei como consultor nesse projeto.
Fui informado de que a ANP está fazendo algo semelhante com os laboratórios que executam ensaios em combustíveis para a mesma.
Percebe-se que esse movimento de órgãos e empresas públicas, que antes não exigiam acreditação dos laboratórios com os quais trabalhavam, agora estarem exigindo, é cada vez maior e vem ocorrendo de forma bastante acelerada.
A acreditação parece assim, algo inevitável e urgente para todos os laboratórios de ensaios e calibração. Do contrário, a tendência é não conseguirem se manter no mercado.
Dessa forma, o que antes, era apenas um diferencial competitivo dos laboratórios acreditados, mas que já limitava bastante a atuação dos não acreditados, passa agora a ser um requisito essencial de sobrevivência para estes últimos.
Assim sendo, é recomendável que aqueles laboratórios de ensaios e calibração que ainda não possuem acreditação,se mobilizem o quanto antes, no sentido de obtê-la, iniciando com a capacitação de seus profissionais nos requisitos da NBR ISO/ IEC 17025, para logo em seguida, implantarem os mesmos em suas instalações e em alguns casos, dependendo das atividades que realizem, também os Princípios das Boas Práticas de Laboratório-BPL.
Desejo sucesso a todos esses laboratórios nesse novo desafio que têm pela frente e podem contar comigo no que eu puder lhes auxiliar, não necessariamente só através de uma contração minha para uma consultoria ou treinamento, mas também com alguma dica rápida que eu possa lhes dar, aqui pelo blog, via telefone, e-mail ou outro meio.
Um forte abraço!
Luiz
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