sexta-feira, 10 de junho de 2011

REPETITIVIDADE X PRECISÃO INTERMEDIÁRIA X REPRODUTIBILIDADE

DISTINGUINDO CORRETAMENTE OS TRÊS PARÂMETROS QUE EXPRESSAM A PRECISÃO DE UM MÉTODO ANALÍTICO
  
Conforme estabelecido, meu objetivo com esta postagem, é tornar perfeitamente claro o exato significado dos 3 parâmetros que expressam a precisão de um método analítico.

Como sabemos, esses parâmetros são os seguintes: repetitividade, precisão intermediária e reprodutibilidade.

Muita gente tem dificuldade de distinguir corretamente esses parâmetros.

Isso fica evidente no meu contato com o pessoal dos diversos laboratórios químicos e farmacêuticos a que presto consultoria e assessoria e com os alunos dos cursos que ministro em que abordo esse assunto. As pessoas costumam confundir principalmente precisão intermediária com reprodutibilidade.

Essa confusão é compreensível, pois até certo tempo atrás, não se falava em precisão intermediária. A precisão de um método de análise era expressa por dois parâmetros apenas: repetitividade e reprodutibilidade, às quais costumávamos nos referir como "repê" e "reprô".

A reprodutibilidade, no entanto, era avaliada sob dois enfoques distintos e um deles correspondia ao que chamamos hoje de precisão intermediária.

Com isso, havia o que denominávamos reprodutibilidade interlaboratorial, que é o que chamamos hoje, simplesmente de reprodutibilidade e a denominada reprodutibilidade intralaboratorial, que correspondia ao que atualmente conhecemos como precisão intermediária e analisamos, não mais, como um tipo de reprodutibilidade, mas, como um parâmetro à parte. Isso justifica a confusão que as pessoas tendem a fazer entre reprodutibilidade e precisão intermediária.

A melhor forma de entendermos a exata diferença dos 3 parâmetros: esses dois, reprodutibilidade e precisão intermediária e repetitividade é a partir das definições fornecidas pelo Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM) para os mesmos e também para precisão.
Ao vermos as definições apresentadas para esses termos, na edição brasileira vigente desse documento, que é a 1ª edição brasileira do VIM 2008, publicada em 2009 pelo INMETRO e disponível para download gratuito no site do órgão, no link abaixo, observamos que todos os 3 parâmetros devem ser avaliados através de execuções repetidas da análise, que chamamos de réplicas ou mais comumente, de replicatas, efetuadas sob condições específicas, em cada caso.

http://www.inmetro.gov.br/infotec/publicacoes/VIM_2310.pdf

Dependendo das condições adotadas, o que é analisado (material analisado), quem executa a análise (analista), onde e como esta é executada (laboratório onde é feita e o equipamento utilizado) e o intervalo de tempo entre as replicatas podem variar.
                           
São esses fatores que definem as condições de realização da análise, de acordo com qual dos 3 parâmetros desejamos avaliar.

No quadro abaixo, apresento quais são essas condições na avaliação de cada um dos 3 parâmetros:
Acredito que através desse quadro, vocês conseguirão entender perfeitamente o que cada parâmetro representa exatamente e em que um difere do outro e venham assim, a eliminar todas as dúvidas que possam ter quanto a isso.

Porém, restando ainda alguma dúvida, não hesitem em me contatar e será para mim, uma grande satisfação poder esclarecê-la.

Até a próxima postagem, que será neste mesmo campo!

Explicarei a exata razão para a avaliação de precisão intermediária (como quando queremos testar a performance de um novo equipamento na execução de uma análise) não ter necessidade de ser executada com um MRC ou mesmo um MR, como vimos na postagem anterior a esta.

Até lá, então!

Abraço forte!

Luiz
 

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